Viagens | Nova Iorque
playing Billy Joel’s New York State Of Mind in the background
NYC – a cidade que me fez pensar esta deve ser a sensação de ter um sonho pela primeira vez. Desde que descobri que, do outro lado do oceano, existia uma cidade como Nova Iorque, que sonho em passear pelas ruas de Manhattan, de cappuccino numa mão, de telemóvel ao ouvido, de mala ao ombro, com sonhos para realizar. Cenário de filmes, de propósitos, de oportunidades, Nova Iorque sempre foi a cidade com que mais me identifiquei – e, de certa forma, para a qual sempre olhei como mais do que um destino de viagem. Não admira, por isso, que a primeira coisa que disse à minha mãe assim que começámos a andar pelas ruas da cidade tenha sido: sinto que estou em casa.
Qualquer pessoa que me conheça desde os 12 anos pode corroborar esta história: mudar-me para Nova Iorque foi o sonho da minha adolescência. Perdi a conta às vezes que admirei as ruas de Manhattan pelo pequeno ecrã; não me canso – e acho que nunca me cansarei – de ver a cena de abertura do Breakfast at Tiffany’s, com Moon River como fundo. Sonhei, por muitos anos, com um futuro em NYC – a viver num apartamento em Manhattan, enquanto conquistava o meu caminho na área da moda. Conhecer Nova Iorque fez-me regressar a essa parte de mim, que andou meio adormecida nos últimos anos.
Cheia de movimento, de entusiasmo e de animação, Nova Iorque conquistou o meu coração no minuto em que cheguei – por ser precisamente o que sempre sonhei que seria (e ainda mais!) e por me fazer sentir da maneira que sempre imaginei que sentiria. Conhecer a cidade dos sonhos da minha adolescência com a minha mãe do meu lado transformou esta experiência em algo ainda mais especial – adoro guardar memórias de viagem com a minha mãe e, felizmente, nos últimos anos temos partilhado umas quantas. Senti-me verdadeiramente feliz em cada minuto da viagem e despedi-me de Nova Iorque com a sensação de que, brevemente, nos reencontraremos.
Começámos a nossa estadia em NYC da melhor maneira: as nossas primas, que moram a duas horas de distância, foram-nos buscar ao aeroporto para passarmos o nosso primeiro fim-de-semana na cidade em família. Confesso que soube muito bem sermos recebidas com um sorriso e um abraço familiar à nossa espera. Nova Iorque correspondeu a todas as minhas expectativas: uma cidade grande, com um espírito e uma energia indescritíveis. Não consigo bem explicar o que se sente nas ruas de Manhattan; a sensação assemelha-se muito a como se estivéssemos num filme do qual somos protagonistas. Esse espírito nova-iorquino sente-se desde Wall Street a Upper East Side, com imensas pessoas de um lado para o outro, nos seus afazeres, sempre com (muita) pressa de chegar.
No coração de Manhattan, situam-se duas das minhas zonas preferidas: Upper East Side e Upper West Side, separadas pelo Central Park. Ficámos hospedadas a dois segundos de Times Square, por isso, no nosso primeiro dia decidimos subir a 5th Avenue até ao Central Park. Esta caminhada pareceu-me ideal para começar a conhecer alguns dos pontos mais famosos da cidade – e o passeio pelo Central Park transformou-se num verdadeiro momento de calma e tranquilidade, em contraste com a confusão que o rodeia. Nesse dia o tempo estava meio chuvoso, pelo que decidimos aproveitar para conhecer os museus – o The MET (Metropolitan Museum of Art) e o American Museum of Natural History. Gostei dos dois, mas a pequena criança em mim, que adorava ver o filme “À Noite no Museu” aos domingos à tarde, gostou mais do segundo. Em Midtown, a zona que acabámos por conhecer melhor por ser a localização do nosso hotel, existe imenso para ver: Times Square, Broadway, Rockefeller Center, Top of the Rock, Grand Central Terminal, Bryant Park, New York Public Library e Empire State Building são alguns dos lugares a não perder. O Rockefeller Center revelou-se uma boa surpresa, principalmente pelas decorações natalícias que, timidamente, começavam a ser instaladas na zona. Gostei muito do Bryant Park – o mercado e o ringue de patinagem montados nesta época natalícia dão um ar muito especial. Com vista para as árvores do Bryant Park, a New York Public Library, que descobrimos espontaneamente ao passar pela entrada, estava lindíssima com as decorações – e eu, que adoro o ambiente das bibliotecas, pensei na quantidade de vezes que teria sido abrigo das minhas tardes de estudo, se tivesse crescido na cidade que nunca dorme.
Fiquei encantada com Greenwich Village, especialmente West Village, uma das zonas mais calmas da cidade. Nesta área ficam alguns cenários conhecidos de séries e filmes, como os edifícios dos apartamentos de FRIENDS e de Sex & The City, bem como o Washington Square Park. Confesso que não estava à espera de gostar tanto do SoHo – uma zona excelente para as tão famosas compras. A sul de Manhattan, encontra-se o Financial District, protagonizado por Wall Street. Por aqui, conheci o World Trade Center e o 9/11 Memorial Museum. Em Brooklyn, gostei de passear pelo DUMBO, pelo Brooklyn Bridge Park e, como não poderia deixar de ser, atravessar a Brooklyn Bridge de regresso a Manhattan. Para ver a Statue of Liberty, decidimos fazer um cruzeiro que nos proporcionou algumas vistas maravilhosas para a ilha. Conhecemos uma grande parte das atrações – os museus, os observatórios e o cruzeiro – na compra do CityPASS, que simplificou bastante a nossa viagem.
Em relação a restaurantes, sou um bocadinho old school – raramente faço alguma pesquisa neste campo para as minhas viagens, porque gosto de descobrir os estabelecimentos à medida que vou passeando. No entanto, desta vez, levei em mente um restaurante que descobri nas minhas pesquisas sobre a cidade – Jack’s Wife Freda. Gostei bastante da comida e do ambiente, pelo que aconselho a visita, especialmente se estiverem com saudades de comida (parecida com a) portuguesa. Existem alguns espalhados mais a sul de Manhattan; fomos ao de Greenwich Village e adorámos. Foi a nossa experiência gastronómica preferida em NYC. Contrariamente a onde comer, a minha pesquisa sobre onde dormir pode tornar-se (demasiado) extensa. Gosto de fazer os possíveis para garantir uma estadia agradável, porque acho que pode fazer a diferença numa viagem, especialmente mais longa. Por isso, partilho convosco a minha escolha – o hotel Millennium Premier New York Times Square, que nos acolheu muito bem durante a semana em que estivemos em Nova Iorque.
Pensei muito sobre introduzir este tema de viagens no blog. Existe tanta informação disponível sobre os mais diversos destinos, que sempre achei que não iria acrescentar muito mais. Depois pensei que, como eu, alguém desse lado pode gostar de acompanhar estas partilhas, independentemente da quantidade online. Para além disso, desde há uns tempos para cá, as viagens começaram a preencher um grande espaço na minha vida, por isso vou desenvolver mais esse tema por aqui. Gosto muito de escrever sobre o destino que conheci – o que vivi, o que senti, de que gostei mais, o que me surpreendeu -, a par de algumas informações mais materiais, mais de “guia”. Gostariam de ver mais publicações deste género? Espero pelos vossos comentários, com um coração apertado de saudades da minha cidade preferida.