three things that make my life (so much) better
No final do ano passado senti necessidade de me recentrar – procurar alguns pedaços de mim que se tinham perdido nos últimos tempos, reuni-los com os que ainda não tinham escapado e sentar-me à mesa com todos eles. Já escrevi várias vezes sobre, de vez em quando, precisar de fazer uma pausa para respirar fundo e perceber onde estou e para onde quero ir, em que ponto me encontro e para qual caminho. Apesar de fazer este exercício com frequência, pelo receio de caminhar sem propósito nem direção, há fases que exigem muito de mim e tendem a fazer-me sentir que perco o norte. No meio deste processo, em que me demorei mais do que habitual, acabei por encontrar três coisas – não sei como melhor lhes chamar – que fizeram com que começasse o ano com uma energia completamente revigorada. Vamos a elas?
1. Fazer um vision board
Comecei por olhar para as várias áreas da minha vida, da família às amizades, do trabalho ao lazer, e pensei detalhadamente em que posição me encontro em todas elas. Como me relaciono com a minha família? Com que pessoas posso contar? Qual o meu backgroud profissional? O que mais gosto de fazer nos meus tempos livres?
Depois de muito questionar sobre onde estou, comecei a escrever para onde quero ir. O que posso melhorar nas minhas relações? Que hipóteses devo explorar em termos profissionais? A que hobbies quero dedicar mais tempo? Como seria o meu dia-a-dia num cenário ideal? Basicamente, olhei para todas as áreas e descrevi o que seria pleno para cada uma delas. Spoiler alert: este exercício tornou-se numa grande dose de humildade, por me fazer perceber que, afinal, não há assim tanto que gostaria de mudar.
Depois de definir esse cenário ideal, procurei imagens no Pinterest que, de certa forma, refletissem tudo aquilo que escrevi para cada área. Pesquisei imagens de mãe e filha, de avós e netos, de almoços em família; de namorados a passear, de roadtrips a dois; de amigos à mesa, de amigas em viagem; de papel e caneta, de home offices; de livros na mesa de cabeceira e de janelas com vista para o mar.
Fiz um vision board para cada área com as imagens que escolhi e mais tarde acabei mesmo por unir todas as montagens numa só, que pendurei numa parede do meu quarto para todos os dias me lembrar de que os meus sonhos, de uma forma ou de outra, estão todos ali.
2. Usar o Notion para organização
Sempre usei agendas e, nos últimos anos, bullet journals para organização pessoal, mas a verdade é que a meio do ano começava a perder consistência. Quem nunca? Escrever no bullet journal passava a ser mais uma das muitas tarefas que tinha para fazer, em vez de ser uma ajuda para me tornar mais organizada e produtiva.
No início deste ano comecei a usar o Notion, por sugestão de uma amiga. Fiz várias páginas: uma para a to do list de tudo o que preciso de fazer, uma para agenda mensal com aniversários, compromissos e afins, uma para as resoluções deste ano, uma para viagens e ainda uma dedicada a bucket lists sazonais, com pequenas atividades para aproveitar o melhor de cada estação. Acrescentei ainda uma lista de coisas que gostava de fazer todos os meses – uma date night, um jantar entre amigas, um dia ao ar livre, um dia sem social media, entre outras. Fiz todas estas páginas online no mesmo tempo que demoraria a desenhar umas duas páginas no bullet journal.
Desde janeiro que consigo estar mais vezes com as minhas pessoas, dedicar mais tempo ao que realmente me faz bem e cumprir mais metas e objetivos.
3. Journaling diariamente
Sempre gostei de escrever para mim. Sempre senti esta necessidade de escrever para documentar os dias mais felizes e os mais tristes, para não me esquecer, como se a memória me pudesse falhar. Como usava o bullet journal para organização, acaba por escrever estes textos mais pessoais maioritariamente no telemóvel ou no computador.
Como comecei a usar o Notion para organização, passei a ter mais tempo para escrever à mão, sem grandes regras nem perfecionismos, escrever por escrever. Para tal tenho dois cadernos: o five year journal, onde diariamente escrevo um parágrafo sobre o meu dia, que tem espaço para os próximos cinco anos (e, no futuro, que giro vai ser ver o que escrevi nos anos anteriores!), e o five minute journal, onde dedico um bocadinho de manhã e outro à noite para escrever algumas reflexões sobre o que espero para o dia e, no final, o que se concretizou. Não escrevo todos os dias neste último, apenas quando acordo com disposição para pegar na caneta.
Esta escolha de organização mais prática no Notion e de escrita mais pessoal nos journals deu-me o melhor dos dois mundos: a organização de que não abdico numa ferramenta online, que me permite poupar tempo, mantendo todos os meus assuntos em ordem, e a escrita à mão nos journals, para pôr os sentimentos cá para fora, do coração para o papel.
Tenho conversado com amigas sobre o quanto estas simples coisas fazem sentir-me mais presente, e não podia deixar de partilhar aqui também. E por aí, que simples hábitos mudaram as vossas vidas para melhor?