PESSOAL

Para Dezembro ’20

E assim, num piscar de olhos, chegamos ao mês mais mágico do ano. Como vos disse na minha retrospetiva sobre novembro, tenho a sensação de que os três últimos meses do ano passam a correr comparativamente aos três primeiros – especialmente aqueles January blues, que estão quase a chegar. Parece que os meses de outono avançam a um ritmo mais acelerado – e, para ser sincera, confesso que esta rapidez nos dias, nos tempos, assusta-me um pouco. No entanto, apesar dessa sensação de o relógio parecer andar mais depressa, sinto que estive muito mais presente neste outono, em comparação com os dos últimos dois anos, provavelmente por poder passar mais tempo em casa. Já vos contei um pouco sobre slow living – apesar da velocidade dos últimos meses, consegui desacelerar os meus dias de forma a sentir-me conscientemente mais presente. Embora fique triste pelo fim desta estação, a transição de outono para inverno, neste mês de dezembro que agora começa, acaba sempre por me compensar essa tristeza e por me conquistar à sua maneira, por dar início aos dias mais mágicos do ano – as decorações natalícias pela casa, as luzes acesas pela cidade, o espírito que se sente no ar.

Sempre gostei desta fase do ano, desde pequena: as reuniões familiares, as conversas dos meus avôs, os miminhos das minhas avós, os doces caseiros na mesa, as receitas antigas escritas à mão, os filmes natalícios aos fins-de-semana, os presentes escondidos debaixo da árvore, os calendários do advento com boas surpresas. No meio de tudo isto, existe um momento em específico que adoro reviver todos os anos: o silêncio depois da noite de Natal. Parece que uma magia especial envolve o espaço – e as pessoas – numa sensação de verdadeira presença que não se pressente em mais nenhuma noite do ano. Não sei se por aí sentem o mesmo, mas aquelas horas entre os últimos presentes serem abertos e os primeiros sons na cozinha, na manhã seguinte, são mágicas para mim.

Há algo de especial neste mês, para além das características natalícias. Os dias de dezembro inspiram-me muito: a aproximar-me mais das minhas pessoas, a pensar mais em todas as outras para além delas, a encontrar mais magia nos pequenos momentos e, numa fase em que capítulos se encerram, a olhar mais para dentro. Em dezembro, espero, acima de qualquer outra coisa, poder continuar com o mesmo estado de espírito do mês passado, que se revelou tão generoso para mim. As promessas para 2020 chegarão a seu tempo; mas, por agora, posso dizer que não há muito mais que queira pedir para as próximas semanas do que dedicação, tranquilidade e generosidade. Parece-vos bem?

inesnobre
Um blog sobre o que mais me apaixona, como melhor me sei expressar - pela moda e pela escrita.

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