PESSOAL

Sobre 2021

Para o primeiro post deste novo ano, recuo uns dias atrás e escrevo-vos uma breve reflexão sobre os últimos doze meses. Sobre 2021 – um ano muito desafiante, principalmente a nível emocional, com inúmeras provas de fogo que me fizeram questionar a minha própria resiliência. Foi um ano muito mais exigente do que 2020, que apesar das adversidades trouxe-me algumas coisas boas que, de certa forma, compensaram pelas menos boas. Há uns dias, por curiosidade, regressei ao post que escrevi no início desse ano, sobre as minhas expectativas para 2020, e fiquei surpreendida pela forma como coincidiram com o que realmente aconteceu. Resumidamente, escrevi que queria regressar às minhas rotinas e estar mais presente, o que, ainda que pelas piores razões, acabou por conseguir concretizar-se. Estava preparada para que 2021 seguisse a mesma tendência de me surpreender para além da adversidade, mas, contra as minhas expectativas, acabou por se revelar o ano mais difícil de que tenho memória.

Sinto que os primeiros meses do ano, sensivelmente de janeiro a abril, foram um autêntico blur – um segundo confinamento que, ao contrário do primeiro, me deixou muito mais abalada e um processo de “choque” perante uma nova realidade profissional, com que soube lidar relativamente bem nos primeiros tempos, mas que se começou a revelar mais e mais pesada à medida que o tempo passava, deixando muito mais marcas do que aquelas que eu conseguia ver. Não deixo de achar curioso como os nossos planos e as nossas certezas mudam de um dia para o outro – e como, por vezes, estamos simplesmente à mercê da nossa sorte. Se tivesse que resumir estes primeiros meses do ano numa frase, usaria uma de uma música de que gosto imenso – I said I was fine, I’m finding I’m not. Não se trata de negar, mas de demorar algum tempo a processar, para finalmente perceber o impacto que, ainda que não imediato, alguns momentos decisivos têm em nós.


De maio para a frente, os dias ganharam outro ânimo – apesar de, ainda assim, terem sido meses que não me pouparam a desafios. Não deixo, no entanto, de pensar que estas fases mais desafiantes nos transformam e nos moldam, cada uma à sua maneira. Por isso, termino este ano com uma sensação de ser capaz – ser capaz de enfrentar desafios, de responder a adversidades, de saber encarar o que quer que apareça no caminho. Converso várias vezes sobre esta confiança que ganhamos em nós próprias(os) quando respondemos ao que nos desafia. Por isso, parece-me ser essa a melhor maneira de resumir 2021 – um ano de resiliência, superação e confiança, que me relembrou de como os anos mais desafiantes da minha vida até agora sempre foram os que mais frutos me trouxeram para os seguintes. Porque um bom desafio também mexe connosco, não é verdade?

Nestes dias entre o fim de um ano e início de outro, gosto sempre de fazer um balanço sobre onde estou e onde quero estar. Para além do meu aniversário, são dias em que sinto mesmo esta necessidade de parar e recentrar. De há uns anos para cá, ganhei a tradição de fazer o balanço do ano numa das minhas praias preferidas, perto de Mafra, no último dia de dezembro – este ano não foi exceção e soube-me mesmo bem. Espero que, com ou sem grandes balanços, consigam receber 2022 com uma sensação de paz e, acima de tudo, de esperança de que os próximos doze meses vos surpreendam da melhor maneira possível. Happy New Year!

inesnobre
Um blog sobre o que mais me apaixona, como melhor me sei expressar - pela moda e pela escrita.

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