PESSOAL

Sobre Autenticidade

O meu compromisso com este blog – este cantinho especial que não largo por nada – passa por me expressar através de duas paixões que trago comigo desde que me lembro de mim mesma: a moda e a escrita. O meu gosto por combinar as minhas roupas começou desde muito pequenina, ainda antes de saber que o meu gosto por escrever viria a ocupar um lugar semelhante na minha vida. Ora, este blog surge no sentido de não deixar escapar esses dois amores que tanto me fazem ser quem sou – e, com um pouco de sorte, inspirar alguém a não deixar escapar os seus. Neste momento, sei bem o que quero e o que não quero para este blog; no entanto, no passado, debati-me com diversos momentos de incerteza e indefinição em relação ao que eu queria partilhar. Venho, por isso, escrever-vos sobre autenticidade e, de certa forma, lealdade connosco mesmas(os).

Confesso que, durante algum tempo, me questionei sobre a conotação dada aos amantes da moda – não acredito (e duvido de que algum dia acreditarei) em que gostar de conjugar peças de roupa numa harmonia que nos define sem uma única palavra consiste num sinónimo de superficialidade, insignificância ou até futilidade. Há algum tempo também que percebo que muitas pessoas associam o gosto pela moda à quase obrigatoriedade de assumir um estilo exuberante e ousado – estilo esse que é completamente válido, como qualquer outro, mas com o qual nem todas as pessoas que gostam de moda se identificam. Essa sensação de excentricidade associada à moda e assumida em muitos blogs sobre o tema fez com que muitas vezes me sentisse à margem por ser incontestavelmente apreciadora da simplicidade na maneira de me vestir e de me expressar.

Naturalmente, fez-me questionar não só o meu próprio estilo – e, sobre isso, escrever-vos-ei noutra altura – como o meu propósito enquanto blogger de moda, por querer partilhar conteúdo de forma tão diferente da grande parte do que encontrava sobre o mesmo tema. Demorei um bocadinho mais a definir-me como blogger, mas, assim que percebi o que quero e o que não quero fazer, tornou-se mais natural. Não vale a pena desdobrar-me em múltiplas identidades que não correspondem à minha. Gosto de escrever sobre moda – ponto assente. Paralelamente, existem alguns temas que gosto de abordar – como livros, viagens – e muitos outros sobre os quais dificilmente me debruçarei neste espaço. Gosto de desenhar o meu blog ao meu estilo, à minha medida, porque, neste campo, há poucas sensações tão boas como a de nos mantermos leais a nós mesmas(os). Perdi a conta a quantas vezes ouvi a palavra autenticidade, mas há tempos que andava para descobrir qual a sensação de se ser autêntica(o) – e é isto mesmo. Um q.b. de não quero saber do que vende faz mesmo bem, especialmente quando as coisas são feitas com intenção e genuinidade. Tudo se torna verdadeiramente mais leve quando deixamos de sentir a necessidade de encaixar nos padrões e conceitos à nossa volta – como jovens, bloggers, o que seja.

Demorei algum tempo a escrever este post, porque queria que transmitisse aquilo que senti durante uns tempos e que, como posso imaginar, muitas(os) de vós podem sentir também. Estamos em constante mudança interior e por vezes pode ser um desafio valente definirmos quem somos – para quê complicar ao tentarmos ir ao nosso próprio desencontro? A autenticidade dá-nos um outro brilho, de dentro para fora, que inspira quem nos rodeia a assim ser também. Gosto imenso de partilhar estes pequenos pensamentos aqui no blog; acabo por os aprofundar e resolver melhor comigo mesma também. O que significa autenticidade para vocês? Deixem a vossa opinião sobre o tema na caixa de comentários!

inesnobre
Um blog sobre o que mais me apaixona, como melhor me sei expressar - pela moda e pela escrita.
2 COMMENTS
  • Inês Nobre

    Obrigada… mãe. Adoro-te ♡

  • Ana Pinto

    Autêntico como a autora! Parabéns pelo conteúdo e pela forma . Parabéns principalmente por ser tão verdadeiro. Beijinhos!

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